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Editorial | Por que Lula caiu?

Por: LÊ NOTÍCIAS
06/04/2018 14:19 - Atualizado em 06/04/2018 14:24

O PT foi o partido que gerou a maior expectativa de mudança que a história brasileira sonhou. E, em seu tempo, o fez com grandiosidade. Não somente tirou a miséria da mesa de milhões de brasileiros, deu oportunidade de grandezas sociais que, narradas neste Editorial, seria uma lista imensa e cheia de orgulho para as comunidades carentes.

Mas, tirando o tamanho de sua importância dentro da história nacional, seu valor e compromisso com as pessoas simples, se aliou aos grandes nomes da velha política nacional.

Errando exatamente aí, isto é, abraçando quem ele, o partido, sempre condenou em gestos e descompromissos, levou em baixo do braço o porco espinho. O mesmo que perfurou a história da sigla e que, ao longo de sua trajetória, desde a fundação, ousou em defender as bandeiras que os aliados sempre condenaram. Não há possibilidade nenhuma de tirar excelentes resultados, o caldo da cana seca. Ela, apertada, justamente por estar exaurida e seca, espremida até o limite de sua capacidade de suportar, esfarela. Foi aí que o PT errou. Esfarelou-se em meio aos esfarelados e tornou-se igual.

As causas que defendeu, leia-se, todas que levaram o partido ao poder eleito por 16 anos, não foi capaz de gerar o exército de soldados defensores de sua aplicabilidade. Ao depositar confiança no cofre de cobras, foi mordido e envenenou-se. Ele, contaminando as veias, chegou ao coração e matou quem era seu maior pulsante.

Lula da Silva acreditou nas forças do Capital que, como sindicalista, negociador ferrenho e mordaz, colocou-o no cenário mundial. Foi ele, um líder nato, saído do pó para sentar entre os príncipes, que entendeu errado a rota de lama que sempre condenou.

Ao ver sua história ser ralada como um joelho no grudado ao asfalto, tentou segurar a jamanta a qual foi levado e viu, sem entender este esforço tolo, ser rasgado na carne e expor o osso aos cães.

Nesta luta que busca transformar luta de classes em café da manhã com a família, amigos confiáveis, viu a perna da mesa cambalear com o chamado mensalão existente, inclusive criado por Fernando Henrique Cardoso, em busca da emenda da reeleição, fazê-lo com total discrição e ele, com lobos sentados à sua mesa, realizou igualmente, não percebendo o cheiro podre lhe chegar às narinas.

Este comando cego, levando um Brasil para uma altura de distribuição de renda, enquanto às costas de seu trabalho, outros distribuíam dividendos de negociatas, foi apunhalado e guardou a dor. Este erro, com profundo corte pulmonar, tirou-lhe o fôlego que tinha nas bases populares.

Aos poucos, mas crescente, o mesmo que ganhou o pão, presunto, queijo e as chamadas três refeições por dia, como mesmo lembra, foram esquecendo o pão comido e vomitaram no prato que se alimentaram. Este fenômeno chama-se inocência, a mesma que o proletariado da Comuna de Paris sonhou em fazer um Estado Operário cercado por capitalistas no seu calcanhar.

Como conciliar Capital e Trabalho, luta esta que ele entendeu tão bem, ao ser carcomido pelos seus algozes à mesa de negociações no Palácio do Planalto. Pode, por exemplo, Henrique Meirelles, um banqueiro, almoçar em harmonia com a Bastiana, Tião, Chiquinho e Donana sem que, oferecendo a eles, tire, em suas inocências, os sonhos que nunca tiveram em 500 anos desta terra descoberta por Pedro das Tamancas?

Está explicado porque o desfecho do Supremo, a cereja do bolo dos algozes do PT, foi confirmado ao negar o Habeas Corpus. Porque devolver a vista ao cego se, ele mesmo, carregando outros, está indo em direção ao abismo.

O PT, como se olha agora cercado pelas víboras que ele alimentou, vê-se desfalecendo pelo veneno que vai lhe invadindo as artérias, chegando à jugular e matando, fulminantemente, o sonho de centenas de milhares de seres humildes mundo afora.


Escrito pelo editor-chefe do LÊ NOTÍCIAS, Marcos Schettini.


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